A estimativa dos organizadores é de que oito mil quilombolas sejam beneficiados pelo projeto Projeto leva formação audiovisual a comunidades quilombolas
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Com o objetivo de expandir e fortalecer o mercado audiovisual nas comunidades quilombolas da região do Baixo Tocantins, no Pará, o projeto "Cine Quilombo Tocantina" irá realizar um circuito de oficinas e exibições de filmes em oito comunidades remanescentes de quilombos, a começar por São José do Icatu, em Mocajuba, no próximo sábado (27).
A programação contará com a exibição de filmes produzidos no Pará, com prioridade para obras de produtores negros, quilombolas e indígenas, visando a divulgação de trabalhos de artistas regionais e locais que possuem pouco acesso a produções audiovisuais.
Segundo a organização, que tem parceria entre as produtoras Cultura Belém e Cine Diáspora, a estimativa é de que sejam beneficiados cerca de oito mil moradores de comunidades quilombolas, distribuídos entre os municípios de Baião, Bagre, Breu Branco, Cametá, Limoeiro do Ajuru, Mocajuba, Oeiras do Pará e Tucuruí.
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A iniciativa, que segue até outubro de 2024, promove ainda a geração de mais de 40 vagas de emprego durante a execução do projeto, movimentando, assim, o comércio local.
O território quilombola São José do Icatu fica situado entre os municípios de Baião e Mocajuba, com mais de 440 moradores e 80 famílias, segundo o Censo 2022.
Audiovisual como meio de preservar a cultura tradicional
De acordo com Rafael Nzinga, diretor da produtora Cine Diáspora, iniciativas como essa cumprem o papel de promover o acesso ao mercado audiovisual, como um meio de preservar e compartilhar a cultura tradicional dos quilombos paraenses. "O ?Cine Quilombo Tocantina? nasce para dar visibilidade a essas produções e levá-las ao povo que mais precisa vê-las?.
Mais de 8 mil quilombolas serão beneficiados pelo projeto
Além de São José do Icatu, o projeto já passou pelo quilombo Igarapé preto, em Oeiras do Pará, em maio deste ano, promovendo 40 horas de formação audiovisual para a comunidade.
Como projeto de conclusão, cerca de 20 pessoas de quatro comunidades produziram o curta-metragem "A mistura de Anhanga", que atraiu mais de 100 pessoas para assistir à obra.
?As oficinas foram sobre história do cinema negro na luta antirracista, direção, fotografia, edição e comunicação quilombola. Ao final da formação, foi gerado um curta-metragem de oito minutos, que fala sobre Anhanga, um ser protetor das florestas que vive nas histórias locais. Todo o processo foi feito pelos participantes da oficina?, pontua Lu Peixe, sócia da Cine Diáspora e idealizadora do projeto.
A estimativa é de que cerca de 8 mil pessoas sejam beenficiadas com o projeto
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O projeto conta com apoio das associações dos remanescentes de quilombo das oito comunidades participantes e parceria da Escola Ananse nas oficinas, que tem como metodologia a discussão racial por meio do audiovisual.
Programação completa
Quilombo do Cardoso, em Baião - 03/08/2024
Quilombo de Engenho, em Baião - 10/08/2024
Quilombo de Terra da Liberdade, em Cametá - 24/08/2024
Quilombo Tambaí-Açu, em Mocajuba - 14/09/2024
Quilombo de Mupi, em Cametá - 21/09/2024
Quilombo do Igarapé Arirá, em Oeiras do Pará - 05/10/2024
Filmes
A programação do dia 27 contará com a exibição dos filmes: ?Mensageiras da Amazônia?, de Coletivo Daje kapap Eypi (PA); ?O Brilho da Herança?, de Júnior Machado (SP); e ?Samba de Catete ? Alvorada Quilombola?, de André Santos (PA). Além desses, será também exibido o filme ?A Misura de Anhanga?, que foi produzido na primeira edição do projeto, no quilombo Igarapé Preto, em Oeiras do Pará, no mês de maio.
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